Passos eram deixados cravados em um barro fofo e sem cor.
Em sua mão, fechado em seu punho, se obtinha uma rosa, não, não um buquê, mas sim uma única rosa, pequena, simples e vermelha.
A ponta do telhado alaranjado que tanto conhecia.
Abriu cautelosamente aquela mesma porta de madeira.
Olhando quele ambiente nostálgico percebeu o quanto as coisas estavam diferentes desde então;
-Tudo isso por conta dela - Pensou em voz alta.
Com um ato silencioso ele colocou a rosa em cima de um raque, destrancou a porta de seu quarto, percebendo o já esperado, em cima da cama desarrumada e abaixo de grossas cobertas permanecia um leve movimento continuo, o movimento que fazemos ao estar submetidos aos sonhos, o movimento de respirar sem controle.
Ao se aproximar percebeu cabelos escuros e um dócil rosto que se sobressaia meio fora das cobertas.
Era seu ela, esperando por ele em seu sonhos.
Se aproximou e sentou em sua cama delicadamente.
então ela lentamente sorriu, como se estivesse vagando pelo mais profundo dos sonos.
- Onde você estava? - perguntou ela meio sonolenta se virando barriga pra cima.
- Tive que sair pra resolver algumas coisas - Respondeu ele sorrindo ao ver aquele rosto que tão admirava.
- Resolver o que? - Perguntou ainda sonolenta
- Nada - Disse beijando a sua testa.
Ele pegou as cobertas que estavam desajeitadas e cobriu-a sorrindo, e deitou-se ao seu lado. Simples.
- Obrigada - Disse ela sorrindo constrangida.
Suavemente o garoto começou a acariciar o seu rosto, levemente começou pela testa, foi descendo até a bochecha, arrastou levemente até o queixo e passou dois dedos em sua boca tão leve que era praticamente intocável, puxou-a mais pra perto apertando a contra o seu peito e sorriu, um sorriso que ela não viu, mas sentiu.
- Eu ainda não acredito que tinha medo disso não dar certo.
Ele se jogou em cima dela, começando a rir e de um jeito um tanto quanto brusco descobrindo-a totalmente.
Segurou em sua cintura e girando trocaram de lugar, sem largar de sua cintura ele a abraçou encostando a sua cabeça no queixo dela.
- Você ainda tem medo? - Perguntou sem saber ao certo qual seria a resposta.
Medo todos têm, porém meu medo provinha da minha insegurança, e já que estamos aqui a um bom tempo, não tenho mais medo...
- Você acha muito? cinco anos? - Perguntou ele se acalmando, levantando e arrumando a sua roupa desarrumada.
- As vezes sim, as vezes não. Cinco anos é muito para quem hoje em dia só passa uma noite.
Caminhou o garoto, até a sala, com passos curtos e lentos, ela o seguiu.
Ao passar pela porta, indo em direção a sala ele pegou a rosa que tinha trazido, desembrulhou um sorriso rapidamente e se virou com aquela flor vermelha legítima para frente da luz de seus olhos.
- Quem diria que uma rosa igual voltaria cinco anos depois? - Perguntou ele um tanto quanto, engraçadamente, sarcástico.
Ele deu risada e a abraçou como se a não tivesse visto faz muito tempo.
Levou ela até lá fora e a largou no banco do carona no seu carro, e depois voltou para trancar a porta, guardou as chaves no bolso e entrando no carro, começou a dirigir pela aquela mesma estrada de antes.
sem dizer nenhuma explicação.
Ela segurava em mãos meigamente a rosa recém presenteada.
- Pra onde estamos indo? - Ela o perguntou.
- Espere e verá.
- Ahhh - Reclamou impacientemente, porém sorrindo, era esse seu jeito para tudo.
-Pronta? - perguntou ele.
- Pronta - Respondeu ela sem fazer a minima idéia de para onde estavam indo.
Então um sorriso esperançoso se estampou naquele rosto, percebendo que não iram a lugar algum.
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