Um
certo dia, uma certa noite. Um garoto perdido em suas próprias
formas-pensamento permanecia sentado, arrodeado do tão famoso cemitério dos
livros, com um exemplar de fábulas em mãos. Os seus olhos, mesmo demonstrando
uma pequena e incerta tranquilidade, se dispersavam por dentre a livraria em
alguns poucos momentos cronometrados, como se estivesse a espera de alguém que
já era para ter chegado. Tinha terminado de ler a segunda fábula, quando o seu
celular, no bolso, vibrou.
"chegamos,
vá indo para lá já" - Era uma mensagem.
"Tô
indo" - Respondeu antes de se levantar, guardar aquele livro, albino,
naquela estante levemente empoeirada, e voltar a sua atenção ao seu redor.
Um ambiente
silencioso, algumas pessoas perambulavam revivendo livros daqui pra ali, como
se fosse um ato comum do próprio cotidiano dessa livraria. Com passos largos,
depois de se dar conta do ambiente do qual permanecera, ele se dispôs a andar.
Saiu do vasto aposento, e se deu contra o resto do shopping. Infelizmente,
nesta cidade, as livrarias só se encontravam nessas tão representativas
construções, que lembram mais o consumismo do que a qualquer outra coisa. Ao
subir mais um lance de escadas rolantes, se deparou contra a uma pequena
multidão completamente desordenada. Foi caminhando por entre ela até avistar um
pequeno grupo, de apenas três pessoas, uma delas acenou pra ele.
E
inevitavelmente ele sorriu.
Ao se juntar a
dois rostos familiarmente amigos e a mais outro, uma garota que vestia uma
calça jeans rosa, a droga de um sorriso idiota não conseguia sair de seu rosto
estampado. Porém, ela não pareceu notar, estava de costas.
- Hey - disse ele ganhando uma parte de sua atenção.
- Hey - disse ele ganhando uma parte de sua atenção.
Ela sorriu
quase se escondendo, após um abraço, curto e tímido, de comprimento.
A partir deste
momento eles compraram um ingresso para um filme, foram lanchar alguma coisa
qualquer, e finalmente entraram naquela sala, escura, talvez até mágica, da
qual se passam os tantos filmes que são, por aí, produzidos.
O garoto, e a
garota de calça rosa se sentaram lado a lado, e, aos poucos, conversas
compostas por diálogos tímidos foram surgindo, até mesmo depois do início do
filme, que começou, inclusive, em preto e branco.
Não se sabe
muito bem ao certo, mas, naquela hora, o que importava, não era o filme, nem a
companhia daqueles dois amigos, e muito menos aquele saco colorido de pipocas,
mas sim, aquelas duas mãos, que estavam prestes a se entrelaçar. E que a partir
delas seria tecido, talvez, um beijo, não esperado das duas partes, porém ainda
assim, sonhado.
Um beijo, que mesmo no meio de toda aquela confusão de pensamentos e expectativas, faria com que os dois, o garoto, e a garota de calça rosa, no final daquela dança de formas-pensamento, esboçassem um sorriso vermelho.
Um beijo, que mesmo no meio de toda aquela confusão de pensamentos e expectativas, faria com que os dois, o garoto, e a garota de calça rosa, no final daquela dança de formas-pensamento, esboçassem um sorriso vermelho.
Do qual ele, jamais esqueceria.
Fora por conta desses acontecimentos, absurdamente incomuns que essa história se dá tamanha relevância.
Pois, cerca de quase um mês depois, o mesmo garoto, em um dia qualquer
pergunta à mesma garota.
"Posso te contar uma história?
isso é verídico?
ResponderExcluirYeah, é verídico :3
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