Larguei o que estava fazendo, e junto ao calor do nascer do sol me dispus a escrever;
Escrever algo... Somente Algo;
Porém o que eu não imaginava era que dessa vez... estava diferente;
Joguei minha mão a folha de papel e fui deslizando dentre todas aquelas letras e palavras;
E quando finalmente voltei à realidade me deparei com uma folha em branco...
Uma folha inviolada;
Uma folha deslumbrantemente limpa.
Como? Tinha escrito tanto, e nada ao mesmo tempo;
Pois junto da entediada razão voltei à maldita folha;
Larguei as palavras cada uma sobrepondo a outra;
E ao terminar vi o texto mais sem sentido em toda a minha vida.
Puxei-o da mesa e com um ato totalmente brusco amassei-o jogando no canto da sala.
Peguei outro papel e comecei tudo mais uma vez;
puxando uma linha cinza imaginaria formando aquele texto que tanto ansiava;
Porém dessa vez as palavras não me puxavam, eu que as incentivava a aparecer;
Isso foi um erro... ou não?
Deveria esperar até as palavras me usarem para a expressão das mesmas?
Isso é um texto... a expressão das palavras no papel?
E nós escritores somos somente meios de sua expressão?
Pus um ponto final naquele texto;
Aquele que eu tinha incentivado as palavras;
Aquele que eu não fui manipulado por elas;
Aquele que eu não tinha escrito inconscientemente.
Aquele texto que transparece, a expressão que logrei transformar em algo com sentido
Reli cada paragrafo... cada linha.
E percebi que tinha escrito sobre elas;
Aquelas malditas palavras...
Eu fora manipulado...
Eu havia escrito inconsciente mais uma vez.
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